Em entrevista concedida para a Rádio Nacional FM do Rio de Janeiro, em 1979, Belchior observou que a belíssima Espacial, de sua autoria, "É uma música que relaciona a tecnologia sofisticadíssima da chegada do homem à Lua com o fato de nós sermos seres humanos frágeis e necessitarmos de coisas bastante primitivas como o pão, o amor, a convivência com as pessoas e a linguagem ( https://soundcloud.com/ebcnarede/belchior-comenta-a-musica-espacial ).
Seus comentários trouxeram à minha lembrança o poema "O Homem; As Viagens", de Drummond.
De acordo com Belchior, Espacial foi a primeira música que ele fez e apresentou para o público. Na época, o assunto 'exploração espacial' era muito abordado, como no clássico filme "2001, uma odisseia no espaço", baseado no livro de Arthur C. Clarke.
Nestes tempos em que se procura acelerar a exploração de Marte (o robô Perseverance acaba de pousar no planeta vermelho), Espacial parece ainda mais atual:
Havia dois sóis no planeta Bonamondo. O azul, enorme e pungente, dominava o céu. O avermelhado, de brilho tênue, aparecia por poucas horas nos finais de tarde e tornava mais belas as luzes do arrebol. Tessat o adorava, chamava-o de pequenino simpático . Admirava também o azulão e se esbaldava com o calor que ele proporcionava. À noite, três luas apareciam, porém apenas uma delas tornava-se inteiramente visível em algumas ocasiões. As outras duas sumiam por dias, às vezes por semanas e, quando regressavam, jamais se mostravam por inteiro. A lua de sempre , como a chamava Tessat, era branca e brilhante. Para o garoto, ela era feita de gelo. A irmã dizia-lhe que isso é improvável, pois o calor do azulão o derreteria, fazendo a lua minguar. Ele, no entanto, preferia continuar imaginando uma lua feita de enormes e vistosos blocos de gelo. Assim é muito mais legal , dizia a si mesmo. E, ao imaginá-la desta forma, sorria de contentamento, fazendo surgir em sua face um delicado efeito res
Pedra da Macela (Cunha/SP) - Foto: Wikipedia Palco de batalhas sangrentas durante a Revolução Constitucionalista de 1932 e berço de heróis paulistas (a exemplo do lavrador Paulo Virgílio), Cunha é hoje uma estância climática pacífica e famosa pelos artesanatos em cerâmica e por suas belas paisagens. Uma cidade com ares bucólicos, localizada entre as Serras do Mar e da Bocaina, e que se desenvolve sem pressa entre morros, vales e campos de lavandas. É ali que um famoso neurocirurgião costuma relaxar quando o estresse, tão comum no dia a dia de um profissional da saúde, atinge níveis perigosos para alguém que precisa estar o tempo todo em perfeito equilíbrio. Estava sozinho em uma pequena praça, de frente a uma quadra poliesportiva, no final de um domingo frio de agosto, auge do inverno no hemisfério sul. Ao longe, enxergava o único campo de futebol da cidade, tão deserto e silencioso quanto tudo à sua volta. Mais ao fundo do cenário, construções recentes desafiam os aclives acentuados
Meados de 1983, primeiro ano do colegial (ensino médio). Foi nessa época que eu fui apresentado ao som do Nazareth. E que som! O primeiro álbum que ouvi foi o petardo “No Mean City”. Instrumental perfeito e sonoridade contagiante, mas o diferencial era mesmo a voz potente, ao mesmo tempo rústica e melodiosa, rebelde e romântica, do vocalista da banda. Quem é esse cara, meu Deus?? Pois é, eu descobrira o timbre único de Dan McCafferty, talentoso e simpático escocês nascido na antiga capital Dunfermline, em 14 de outubro de 1946. A discografia do Nazareth é extensa (começa em 1971) e transita por uma ampla variedade de estilos musicais, com predomínio do rock visceral, muito influenciado pelo blues. O talento dos músicos (sobretudo da formação original) é inegável, mas a marca registrada da banda, vale frisar, sempre esteve na voz que embalou seus sucessos. Ele poderia ter tentado alçar voos mais altos, mas preferiu ficar ao lado de seus amigos de banda por mais de quatro dé
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