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Clifford Simak - As Cidades Mortas (Os Cães herdarão a Terra?)

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São poucos os leitores brasileiros que conhecem o escritor norte-americano Clifford Simak. Aqui no Brasil, até onde sei, apenas duas obras de sua autoria foram publicadas: Boneca do Destino e Cidade (também conhecida como A Cidade no Tempo). Em Portugal, este último foi editado com o título As Cidades Mortas e lançado pela Coleção Argonauta, edição nº 117. Foi este volume que tive o prazer de ler. Recentemente, consegui adquirir uma edição nacional (acima). Todas as edições em português, sejam de Cidade, sejam de Boneca do Destino, são muito antigas. Uma pena, pois são excelentes obras de ficção científica/fantasia, que seriam aprovadas com louvor até pelos leitores mais exigentes. As Cidades Mortas não é um romance, tampouco uma mera reunião de escritos dissociados. É o que se pode chamar de “fix-up”. Há um encadeamento de ideias, uma espécie de sequência lógica entre os textos. Os oito contos reunidos nesta edição (Simak escreveu um epílogo posteriormente) formam uma obra

Sedução

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Imagem: Natasha Henstridge Da sacada de seu apartamento, debruçada sobre a grade de proteção, Paula observava as águas marinhas avançarem lentamente até as proximidades do calçadão. Enquanto admirava a beleza das ondas, ora verdes, ora azuis, ela ajeitava os cabelos louros e esboçava um sorriso. Os olhos contemplativos copiavam as cores do oceano e refletiam o encantamento da jovem diante da imensidão que via à sua frente. Um franzir de testa e um repentino cruzar de braços transfiguraram seu semblante numa fração de segundos: seus pensamentos, indevassáveis, eram apenas parte de seu mistério. O vento, travesso, teimava em despentear seus cabelos. Incomodava-a; parecia querer atrapalhar seu flerte com o mar. Contrariada, a moça suspirou fundo e passou novamente seus dedos de leite sobre os fios ondulados. Em seguida, a mão direita buscou os óculos escuros na "nécessaire" e com eles cobriu os olhos muito claros. A beleza dos seus vinte e sete ano

Fábula da Criação

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Imagem: Krishna baby - usada apenas a título ilustrativo (desconheço a autoria) Poucas pessoas sabem,  mas o Criador é uma eterna criança, um enigma que existe desde antes do big bang , a explosão inicial. Nasceu sem pai, sem mãe e sem saber a razão de sua existência. Era uma criança órfã e triste . Durante eras, nosso uni verso observou com carinho a criança solitária que o precedeu, até que ficou compadecido de sua solidão. Decidiu, então, conceder-lhe o poder da criação, pois assim a criança poderia inventar jogos e brincadeiras para se distrair . Mas a criança superou as expectativas do universo. Primeiro, organizou toda a matéria nele existente e criou galáxias de magnífica beleza. Depois, notando-as distantes entre si – e solitárias, como ela –  a criança construiu túneis em locais estratégicos , para que lhes servissem de atalhos. E, percebendo-as vazias de conteúdo, as recheou com planetas dos mais variados tamanhos, composições e cores. Desde tenra idade, como po